A região Sul teve, em abril de 2025, a maior frequência de tentativas de fraude evitadas no Brasil: uma ocorrência barrada, em média, a cada 48 segundos. De acordo com o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, foram 177.351 ataques identificados, o equivalente a 16,1% do total nacional. O número representa alta de 23,2% em relação ao mesmo mês do ano passado.

No ranking regional, o Paraná liderou o volume de registros, com 70.677 tentativas, seguido pelo Rio Grande do Sul (61.988) e Santa Catarina (44.686). Nos três estados, o intervalo médio entre golpes barrados ficou abaixo de um minuto. No Paraná, o ritmo foi ainda mais intenso: uma tentativa frustrada a cada 36,7 segundos.

Cenário nacional: mais de 1 milhão de tentativas

Em todo o Brasil, abril contabilizou 1.101.410 tentativas de fraude, uma a cada 2,4 segundos, mantendo-se acima de 1 milhão pelo quarto mês consecutivo. O Sudeste respondeu por 47,3% do total (521.451 ocorrências), seguido pelo Nordeste (246.550), Sul (177.351), Norte (79.431) e Centro-Oeste (76.627).

Apesar de o Sudeste liderar em volume, o Norte registrou o maior crescimento proporcional na comparação com abril de 2024: alta de 38,3%. O Nordeste também apresentou forte avanço (+33,7%), com destaque para Amazonas (+42,2%), Pará (+41,4%) e Maranhão (+38,9%). Já a região Sul, embora com a menor variação, registrou aumento de 23,1%, impulsionada principalmente pelo Paraná.

São Paulo lidera e Distrito Federal tem maior densidade

Entre os estados, São Paulo aparece isolado na liderança, com 301.195 tentativas no mês, seguido por Rio de Janeiro (104.117) e Minas Gerais (96.161). Na ponta oposta, Roraima (2.290) e Amapá (3.176) tiveram os menores volumes absolutos, mas com altas expressivas — 39,3% e 36,1%, respectivamente.

Proporcionalmente à população, o Distrito Federal registrou a maior taxa de tentativas, com 7.759 por milhão de habitantes, seguido por São Paulo (6.540), Mato Grosso (6.093) e Rio de Janeiro (6.045). A média nacional foi de 5.166. Maranhão (3.105), Roraima (3.123) e Piauí (3.361) ficaram com as menores densidades, apesar de altas relevantes em relação ao ano anterior.

Golpistas miram jovens e intensificam ataques à telefonia

O levantamento aponta uma mudança preocupante no perfil das vítimas: o número de fraudes contra pessoas com até 25 anos aumentou 50,2% em um ano. Esse grupo, mais conectado e com menor histórico financeiro, tornou-se um novo alvo estratégico de golpes. A faixa de 36 a 50 anos segue como a mais afetada (33% das ocorrências), seguida por 26 a 35 anos (26,3%) e até 25 anos (15%).

No recorte setorial, bancos e cartões continuam sendo os mais visados (54,2%), seguidos por serviços (30,9%), financeiras (7,2%), telefonia (5,8%) e varejo (1,9%). Todos os setores cresceram na comparação anual, mas a telefonia teve o maior salto proporcional: alta de 61,1%, seguida por bancos e cartões (+32,9%) e serviços (+23,9%).

Modalidades de fraude e técnicas usadas

Mais da metade das tentativas barradas (52,1%) ocorreram na fase de cadastro, por inconsistências nos dados pessoais — como divergências em CPF, endereço e telefone — detectadas em cruzamentos com bases confiáveis. Em segundo lugar, aparecem falhas identificadas na autenticação de documentos e biometria facial (39,9%). O restante (8%) envolve detecção de comportamento suspeito em dispositivos, como acesso por aparelhos associados a tentativas anteriores.

Alerta da Serasa Experian

Para Caio Rocha, diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, o avanço das ocorrências entre jovens exige medidas preventivas desde cedo. “Esse grupo, muitas vezes com pouco histórico de crédito e menos familiaridade com armadilhas digitais, se tornou um novo alvo estratégico para os golpistas. É fundamental investir em educação digital e ferramentas de monitoramento, além de garantir proteção em camadas, do cadastro do cliente à compra”, afirmou.

Prevenção

A Serasa Experian recomenda que consumidores mantenham documentos, cartões e celulares seguros, evitem clicar em links desconhecidos, confirmem transferências antes de realizá-las e monitorem periodicamente o CPF. Para empresas, a orientação é adotar tecnologias de prevenção em múltiplas camadas, manter a qualidade dos dados e alinhar segurança e experiência do usuário.

Veja dicas da Serasa Experian para se proteger

??‍???‍?Consumidores:
*Garanta que seu documento, celular e cartões estejam seguros e com senhas fortes para acesso aos aplicativos.
*Desconfie de ofertas de produtos e serviços, como viagens, com preços muito abaixo do mercado — especialmente quando enviadas por e-mail, SMS ou replicadas em sites falsos.
*Atenção com links e arquivos compartilhados em grupos de mensagens ou redes sociais, pois podem direcionar para páginas não seguras e instalar programas maliciosos no dispositivo.
*Cadastre suas chaves Pix apenas nos canais oficiais dos bancos, como aplicativo bancário, internet banking ou agências.
*Não forneça senhas ou códigos de acesso fora do site ou aplicativo oficial do banco.
*Confirme por ligação ou pessoalmente antes de fazer transferências para amigos ou parentes, para evitar golpes com contatos clonados.
*Só insira informações pessoais ou dados de cartão em ambientes digitais seguros.
*Monitore o seu CPF com frequência para verificar se não foi vítima de fraude.

?Empresas:
*Invista em tecnologias de prevenção à fraude para proteger a integridade e a segurança das operações.
*Adote prevenção em camadas, com soluções atualizadas frente a novas ameaças.
*Garanta a veracidade e qualidade dos dados utilizados nos sistemas de prevenção.
*Conheça profundamente o perfil do usuário e minimize pontos de fricção na jornada digital, equilibrando segurança e experiência.
*Use a prevenção à fraude como oportunidade de negócio, orquestrando soluções que aumentem a segurança, reduzam perdas e agilizem a compra para o cliente.