Durante o feriado prolongado de Páscoa, entre sexta-feira, 18, e segunda-feira, 21, o Rio Grande do Sul registrou dez feminicídios em diversas regiões do Estado. Os casos, ocorridos em contextos domésticos e relacionamentos anteriores, revelam uma alarmante onda de violência de gênero.

Na tarde desta segunda-feira, uma mulher foi assassinada a tiros em Pelotas, no bairro Liberdade, logo após sair do trabalho. Já no domingo de Páscoa, Talia da Costa Pereira, de 26 anos, foi morta a tiros dentro do apartamento onde morava, em Serafina Corrêa, na frente dos filhos pequenos.

No mesmo dia, em Ronda Alta, por volta do meio-dia, Leobaldina Rocha Lyrio, conhecida como Léia ou Preta, de 41 anos, e sua filha Diênifer Rauani Lyrio Gonçalves, de apenas 14 anos, foram brutalmente assassinadas a facadas dentro de casa. Ambas eram naturais de Jaboticaba, onde parte da família ainda reside, incluindo familiares em Lajeado do Bugre.

O autor do crime foi identificado como Juliano Henn, de 47 anos, companheiro de Leobaldina e padrasto da adolescente. Após os assassinatos, ele cometeu suicídio no local, conforme as primeiras informações da Polícia Civil.

Uma terceira criança, filha de Leobaldina, de apenas 9 anos, presenciou o crime e conseguiu escapar, pulando da sacada do apartamento onde a família morava

A Sexta-feira Santa foi a mais violenta, com seis mortes. Em Feliz, no Vale do Caí, Raíssa Müller, de 21 anos, e seu namorado foram mortos a facadas por Vinicius Britz, ex-companheiro da jovem. Em Parobé, uma mulher grávida, de 25 anos, foi assassinada a facadas na rua pelo ex, que posteriormente se entregou à polícia em Porto Alegre.

Outros casos incluem uma mulher de 47 anos degolada em São Gabriel, uma mulher de 54 esfaqueada em Bento Gonçalves, uma vítima de 50 anos baleada em Viamão e uma mulher assassinada a golpes de facão em Santa Cruz do Sul — todos os suspeitos são ex-companheiros.

Diante da gravidade dos crimes, a Polícia Civil anunciou a antecipação do lançamento de uma plataforma online para solicitação de medidas protetivas. A nova ferramenta estará disponível no site da Delegacia de Polícia Online da Mulher, permitindo o registro de ocorrências e pedidos de proteção sem a necessidade de comparecimento presencial.

A iniciativa visa agilizar o acesso à proteção e prevenir situações extremas, como as registradas durante este feriado.

Fonte: LA+