07/18/2025
07:38:12 PM
O plantio do trigo no Rio Grande do Sul alcançou 92% da área projetada para esta safra de inverno, que é de 1.198.276 hectares. O avanço significativo na semeadura ocorreu principalmente devido ao predomínio de tempo seco em julho, superando os índices dos anos anteriores para o mesmo período.
De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira, 17, a finalização dos trabalhos deve ocorrer dentro do prazo recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).
As áreas semeadas em julho estão nas fases de germinação e emergência, necessitando de precipitações regulares para o adequado estabelecimento das plântulas. As lavouras de inverno em desenvolvimento vegetativo mostram recuperação progressiva dos efeitos do excesso hídrico registrado até o final de junho. Cultivos implantados em maio e junho exibem boa densidade populacional, crescimento uniforme e coloração verde intensa, indicando um bom estado nutricional.
Contudo, a recuperação varia regionalmente. No Sul do estado, a alta umidade relativa e nebulosidade limitaram a evolução das plantas. No Noroeste, temperaturas elevadas causaram amarelecimento foliar e o início de doenças fúngicas.
Situação regional do trigo e outras culturas de inverno
Na região de Bagé (Fronteira Oeste), o plantio de trigo alcançou cerca de 80%, ainda abaixo de safras anteriores em municípios como São Borja, Itaqui e Maçambará, devido às intensas chuvas que exigiram replantios e correções em áreas afetadas por erosão.
Em Erechim, 90% da área prevista foi semeada, com lavouras precoces bem estabelecidas. Em Santa Rosa, o plantio se aproxima de 96%, com relatos de menor uso de insumos para contenção de custos e melhor estande em cultivos tardios. O monitoramento de pragas como pulgão e lagarta foi intensificado devido às temperaturas elevadas.
A semeadura da aveia branca está próxima da finalização, com 401.273 hectares projetados e produtividade de 2.254 kg/ha. O tempo firme tem contribuído para o desenvolvimento das lavouras, embora áreas semeadas fora da janela do Zarc tenham apresentado danos por geadas recentes.
O plantio da canola foi concluído, com 203.206 hectares e produtividade estimada de 1.737 kg/ha. As lavouras mostram boa recuperação no crescimento. Em Manoel Viana, o desenvolvimento está limitado por baixas temperaturas e nebulosidade, enquanto em São Borja, 50% da área está em floração. Em Santa Rosa, 65% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 30% em floração e 5% em enchimento de grãos.
A semeadura da cevada também foi finalizada, com lavouras em desenvolvimento vegetativo e estabelecimento adequado, principalmente com cultivares adaptadas para a produção cervejeira.
Pastagens e criações
Os campos nativos continuam com oferta e qualidade limitadas devido às geadas e baixas temperaturas, apresentando vegetação fibrosa e pouco nutritiva, o que pode levar à perda de escore corporal dos animais sem pastagens de inverno. Já os campos nativos melhorados e as pastagens cultivadas de inverno estão bem estabelecidos, embora o crescimento continue restrito em algumas áreas.
Na bovinocultura de leite, a produção mostra recuperação em regiões com boas pastagens de inverno e parições planejadas. O estado corporal e sanitário dos rebanhos é satisfatório, mas a suplementação alimentar tem sido frequente.
A ovinocultura está em período de parições, com intensificação do manejo de matrizes e cordeiros. Os rebanhos apresentam bom estado corporal e sanitário onde há pastagens de inverno e abrigos. Em propriedades com alta lotação, os animais podem perder peso e demandar mais suplementação.
Em Erechim, os ovinos estão com estado corporal adequado. Em Passo Fundo, o foco é no manejo de matrizes e cordeiros. Em Pelotas, o número de nascimentos de cordeiros aumentou, e produtores realizam manejos de assinalação, castração e caudectomia, além de vacinações e esquila pré-parto em algumas propriedades.
Fonte: LA+
Foto de José Schafer, extensionista da Emater/RS-Ascar
Compartilhe