O vírus influenza A, causador da gripe, voltou a ser uma das principais ameaças à saúde pública, segundo o Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira, 16, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com os dados, o vírus já é a principal causa de mortalidade por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em idosos e figura entre as três maiores causas entre crianças pequenas, ao lado do vírus sincicial respiratório (VSR) e do rinovírus.

O Rio Grande do Sul está entre os 15 estados brasileiros com incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco, apresentando tendência de crescimento na curva de longo prazo. O cenário preocupa especialmente pela alta de hospitalizações associadas ao influenza A, que também tem afetado jovens e adultos.

Segundo a pesquisadora Tatiana Portella, do InfoGripe, mesmo nas regiões que começam a apresentar sinais de desaceleração de casos — como partes do Sudeste e Centro-Oeste — ainda não é o momento de relaxar os cuidados, pois a circulação viral permanece moderada ou alta.

— A mortalidade por SRAG nas crianças pequenas se aproxima da observada nos idosos. A gripe é hoje a principal causa de óbitos entre os idosos, seguida pela Covid-19. Já nas crianças, o VSR segue como o vírus mais letal, seguido pelo rinovírus e pela influenza A —, destacou Tatiana.

A Fiocruz reforça a necessidade urgente da vacinação contra a gripe, especialmente para os grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com comorbidades. A vacina é considerada a forma mais eficaz de prevenir hospitalizações e mortes.

Além da imunização, os especialistas recomendam o uso de máscaras em unidades de saúde, locais com aglomerações e, principalmente, por pessoas que apresentem sintomas gripais ou respiratórios.

Casos em alta

O levantamento do InfoGripe indica aumento de casos de SRAG tanto nas últimas três semanas (curto prazo) quanto nas últimas seis semanas (longo prazo). O crescimento se dá pela elevação dos casos entre crianças, impulsionada pelo VSR, e entre a população adulta, devido ao influenza A.

Diante desse cenário, autoridades sanitárias e profissionais de saúde reiteram a importância da vigilância constante, vacinação e medidas de prevenção para conter a propagação dos vírus respiratórios, em especial o influenza A, que volta a ocupar um papel central nas estatísticas de mortalidade.

Fonte: LA+