A estiagem prolongada que atingiu o Rio Grande do Sul nos primeiros meses de 2025 causou perdas expressivas na principal cultura agrícola do Estado. Segundo dados divulgados pela Emater nesta semana, a produção de soja caiu 27,4% em comparação à safra anterior, totalizando 13,2 milhões de toneladas colhidas — muito abaixo das 18,2 milhões do último ciclo e ainda mais distante das 21,6 milhões previstas inicialmente.

Com o fim da colheita praticamente concluído, a Emater também revisou para baixo a média estadual de produtividade: 1.957 kg/ha, uma redução de 38,4% em relação ao potencial projetado antes do plantio (3.179 kg/ha). A safra atual ocupa agora a oitava posição no ranking histórico de volume colhido no Estado.

Outros grãos tiveram desempenho desigual

Apesar da escassez hídrica, outras culturas apresentaram desempenho melhor. O milho, embora tenha sofrido perdas de 9% em relação ao potencial estimado, deve fechar a safra com 4,8 milhões de toneladas, um crescimento de 7,5% em comparação com a safra passada. O bom resultado é atribuído, em grande parte, às áreas irrigadas, que conseguiram manter produtividade mesmo nos períodos críticos de estiagem.

Já o arroz teve colheita praticamente encerrada com 8,3 milhões de toneladas, aumento de 15,3% em relação ao ciclo anterior. A produtividade também foi revista para cima, passando de 8.478 kg/ha para 8.558 kg/ha, segundo dados técnicos da Emater.

Impactos econômicos

O desempenho desigual entre as culturas reflete diretamente na economia do Rio Grande do Sul, cuja base agropecuária ainda é fundamental para o Produto Interno Bruto (PIB). Especialistas apontam que os efeitos da quebra na soja devem ser sentidos ao longo de todo o ano, tanto nas cadeias produtivas quanto na arrecadação de municípios fortemente dependentes da cultura.

Fonte: LA+